quarta-feira, 22 de março de 2017

O Mundo

A que ponto chegamos?
Em que parte do amor surge tanto ódio?
Talvez a sua angústia seja apenas uma parte
De algo maior
De algo melhor
E a morte não é a única saída
E a dor não é apenas sua
Ela está sendo dividida
O mundo é mesmo pequeno
Enquanto se é preso nos próprios pensamentos
O mundo inteiro não bastará
Para quem é do tamanho do Universo
Amanhã pode ser tarde demais pra dizer
Tarde demais pra fazer
Vou te dizer várias vezes a mesma coisa
Até você entender
Até você perceber que
Talvez a sua noção seja apenas uma parte
De algo maior
De algo melhor
E viver assim não é a única saída
E a felicidade não será apenas sua
Ela estará sendo dividida
O mundo é mesmo pequeno
O mundo nem é assim tão pequeno.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Longe

Longe havia uma antiga cidade,
de perto seria a própria realidade.
O mesmo pesadelo em uma nova embalagem.
Se conta em segredo o que todo mundo já sabe.

Onde o silêncio é grito dos desesperados,
em auto-conflito é só preciso coragem.
Encarcerados pra sua própria proteção,
crescem num mundo que nunca viu igualdade.

Onde é que estava?
Quando mais precisava é que se esconde.

Enquanto perguntava onde é que estava.
E não se responde.

Tanto sensacionalismo em uma tela de TV,
catalogando informação sem filtrar o que se vê.
Não há o que fazer então falar é tão fácil:
Faça sempre o que eu digo, mas nunca o que eu faço.

Entre tantas vitrines, entre tanto glamour,
há quem vive pro trabalho e quem trabalha pra viver.
Escravizados por sua própria ambição,
vivem num mundo que já tem pago o seu preço.

Onde é que estava?
Quando necessitava é que esteve longe.

Enquanto procurava onde é que estava.
Esteve tão longe.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Silêncio

Faz tanto tempo que eu não escrevo nada que eu queria parar por um momento e dizer algo novo. Eu queria dizer alguma coisa mesmo sem ter nada para dizer. É irônico, pois o silêncio que existiu durante todo esse tempo não foi por não ter nada a dizer e sim por talvez já ter me cansado da maneira com que dizia.
Normalmente é assim que acontece. Já parei uma vez de escrever músicas para escrever histórias. Parei de escrever histórias para escrever crônicas. E também parei de escrever crônicas para escrever reflexões. Finalmente parei de escrever reflexões para não escrever mais nada. A verdade é que não faz diferença o formato contanto que se tenha algo a dizer para alguém que seja. Não que eu tenha parado por não querer dizer nada, mas sim por também haver significado no silêncio.
Existe, por exemplo, o silêncio significativo. Aquele que diz, mesmo sem dizer, e quem realmente te conhece sabe o que se passa sem precisar perguntar. Mas também existe o silêncio indiferente. Aquele que não diz por não ter a mínima vontade de dizer. Não podemos esquecer o silêncio avaliativo. Aquele que não diz, mesmo querendo muito dizer, e aguarda pelo melhor momento que muitas vezes nunca vem.
Além desses exemplos, ainda existem tantas outras formas de silêncio que eu não consigo descrever agora. O silêncio pode dizer mais do que muitas palavras, pois o que define o significado em um processo comunicativo não é apenas o que é dito ou como é dito, mas principalmente quem o recebe. Acho que é esse fator que me faz cansar dos formatos.
A verdade é que dizemos o que dizemos mais para a gente mesmo do que para os outros. É aí que mora o principal problema. Não faz diferença se alguém quer ouvir, ou se alguém precisar ouvir. Simplesmente dizemos. Ou não. E quase ninguém entende. A gente tem que sempre tentar se explicar de uma forma ou de outra. Mais do que ser contrariado, o que me irrita mesmo é não ser compreendido. Como já disse uma vez em uma música: “Quem dera alguém pudesse me entender, eu estaria satisfeito mesmo estando errado”.
É por isso que estou sempre mudando. Mudando o jeito de dizer, mudando o que eu tenho para dizer, mudando para quem eu digo. Tentando o tempo todo diminuir o desgaste entre locutor e receptor. Não é que me sinta equivocado ou incompreendido constantemente, mas na maioria das vezes por detestar soar repetitivo ou dizer algo para quem não quer ouvir. Quase sempre isso é notável.
Esse texto é um exemplo vivo de que o mais engraçado é que às vezes temos tanto a dizer e não dizemos nada, e outras tantas vezes não temos nada a dizer e dizemos mesmo assim.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Mudança

Existe um conceito intangível chamado de “mudança”. Sei que isso é discutível e peço que me acompanhem para que eu demonstre o quão mal definido ele é. Começando pela forma com que o dicionário o descreve como “alteração do estado normal de algo”. Considerando que o estado normal de algo é um conceito abstrato, fica difícil caracterizar a ideia de mudança.
Quando estamos diante de uma mudança muito grande na nossa vida, a tendência é ter medo. Receio. Na maioria das vezes é mais pela ansiedade de mudar e não pela mudança propriamente dita. E o engraçado é que uma semana depois de ter mudado e ter se habituado à mudança, parece que as coisas sempre foram daquele jeito. Quase não dá mais para se lembrar de como eram antes e qual era o motivo daquele medo bobo.
E quando tudo está para mudar, de uma vez, e você se pergunta por que aquilo tem que acontecer naquele momento exato? Como se houvesse um momento certo e propício para as coisas acontecerem. Já parou para pensar que a mudança pode não ser um obstáculo a ser superado e sim uma oportunidade a ser aproveitada? E oportunidades podem passar.
Outro fato interessante é que as pessoas não mudam como se espera e, ao mesmo tempo, mudam mais do que notamos. As pessoas que realmente nos saltam os olhos são aquelas que continuam nos surpreendendo ao longo do tempo e que, de repente, parecem estar se apresentando pela primeira vez. De novo. Claro, mesmo nas vezes em que nos surpreendem negativamente. Todas as outras pessoas previsíveis que acabam entrando na nossa vida, às vezes saem dela sem que a gente nem repare.
Como dito, o estado normal de algo é relativo. Quem sabe o que você considera normal foi implantado na sua cabeça por alguém, muitas vezes você mesmo, de uma maneira que lhe causa todo esse mal estar só de pensar em mudar. Uma mudança que muitas vezes se faz necessária, mas que a gente só percebe depois de ter mudado.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Discurso da Mente

"O que estou fazendo comigo, cara? O QUE?"
Você se perguntou e eu lhe avisei tantas vezes:
          CUIDADO!!

               CUIDADO!!

     CUIDADO!!
Mas é claro que você não me escutou.
Mais uma vez você demonstra que é fraco.
Olhe ao seu redor, você vê algo? Eu sei que não.
Sua fraqueza te cega, te deixa sem reação.


DE NOVO E
DE NOVO E
DE NOVO.


O que você está fazendo com você mesmo?
O que?

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Talento

O censo comum nos diz que talento é uma incomum aptidão natural intrínseca de uma pessoa. Baseando-se nisso, a maioria de nós usa essa palavra para descrever coisas que julgamos inalcançáveis. É um conformismo, minimizando as expectativas que criamos ao ver alguém realizar o que não acreditamos sermos capazes de alcançar por nós mesmos.
Em outras palavras, resumimos o esforço que uma pessoa teve de alcançar algo incrível ao dizer que ela o fez por ter talento ou ter o dom para aquilo, e ainda achamos que a estamos elogiando. Na verdade, apenas a rebaixamos a um nível que seja compreensível para nós. Dessa forma, não parece que somos piores por não conseguir atingir aquele mesmo desempenho. Ou melhor, diminuímos a nossa própria capacidade dizendo a nós mesmos, inconscientemente, que nem precisamos tentar, pois não temos aquele talento. Que não temos o dom e nem aptidão para a coisa. Desistimos de arriscar e frequentemente isso parece mais fácil de aceitar.
Você acha que os atletas de alto rendimento nasceram prontos para ultrapassar os limites do corpo humano? Acha que os melhores pintores, escritores ou artistas de uma forma geral nasceram sabendo como fazer tudo? Diga-me se você realmente acha que todas essas pessoas que conquistaram coisas incríveis obteriam o mesmo resultado se não tivessem praticado exaustivamente todos os dias de sua vida e fazendo todos os sacrifícios que fazem para ser quem são? Claro que não. Medir o sucesso dos outros com a nossa mediocridade é desmotivador, para não dizer ultrajante.
Talento é um conceito abstrato que inventamos para dizer que alguém é melhor que a gente simplesmente por ser. É muito mais fácil acreditar nisso do que dizer que esse alguém é assim porque se esforçou e merece ser melhor. Bobagem. Você pode ser tão bom em qualquer coisa quanto qualquer um, basta colocar toda a sua determinação naquilo. Não há glória sem sacrifício e nem vitória sem muito suor.
Imagina só que chato seria descobrir que todas aquelas coisas que sabemos fazer muito bem, às vezes bem poucas coisas, é verdade, são fruto de um gene interior que já veio gravado na gente desde que nascemos. E ainda, saber que nunca poderemos realizar todas aquelas coisas que sempre sonhamos, tudo isso por causa dessa tal palavrinha Talento.
E quem diria que de uma mísera palavra, a gente podia tirar tantas conclusões.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Sublime Amor

Por toda minha vida não imaginei que pudesse existir um amor tão grande assim...
Nunca imaginei que alguma vez eu pudesse senti-lo... Pois quando o senti tive uma única certeza: Sim, Ele existe, e ultrapassa qualquer razão que o mundo poderia inventar.
Passei por esta incrível experiência, de poder provar deste amor,
Tão sublime, tão perfeito, que algo diferente aconteceu aqui, dentro do peito.
Muitas vezes eu pensei: Por quê demorei tanto tempo para provar um pouco desse amor?
Por tanto tempo, vivi esta dor: A falta deste incrível e sublime amor!
Mas hoje sei, que não importa o tempo ou a distância, a altura e nem a profundidade,
O que realmente importa é a Verdade, a incrível Verdade deste amor, que ultrapassa a ciência e tudo o que há, somente para nos salvar!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Manutenção

Um escritório. Um recinto um tanto quanto banal para se trabalhar, principalmente ao som do ventilador a soprar em direção a sua mesa. Foi assim que começou o meu dia de trabalho. Estava sossegada em minha mesa, redigindo uma reportagem, quando de repente escuto um estrondo ensurdecedor do outro lado da porta. O som foi tão alto que conseguiu ultrapassar o som de meu velho ventilador, que roncava como um motor de fusca.
— Ah! O que será desta vez? Mal começa o dia e já tem alguém na porta para me aborrecer. Deixe-me ver quem está batendo na porta. — falei num tom irado.
— Olá. Bom-dia, senhorita. Desculpe-me pelo barulhinho, é que derrubei minha maleta. — disse um rapaz alto e magricela, que carregava uma maleta de ferramentas.
— Não foi nada. Acredita que mal percebi o som? Mas no que posso ajudá-lo? — disse eu, ironicamente.
— O seu chefe pediu para eu vir buscar seus computadores para a manutenção. — respondeu o rapaz invadindo a sala e se dirigindo em direção aos dois computadores que estavam em minha mesa. — Nossa! Fiz bem mesmo em vir... Estão com uma aparência lastimável!
Não bastava começar o dia de trabalho com este tumulto em minha sala, tinha também que vir um técnico em T.I super folgado para levar embora os meus computadores! Os meus lindos computadores, meus companheiros de batalha. Tudo bem que eles funcionavam a base de socos e quando um ligava, o outro desligava, mas eu dava conta do recado.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Receita

Junte um sonho impreciso
com dois dedos de vontade,
uns três acordes de improviso
e o que mais você quiser.

O impossível é provável,
o difícil é tão fácil,
esqueça todos esses passos
e venha o que vier.

E vou até te conquistar
mais uma vez pra te mostrar
que é tão fácil esquecer
o que eu acabo de falar.

Mas não me olhe com censura,
todos tem que ver além.
A sensação hoje de cura,
não engana mais ninguém.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quão Pequeno Sou

Julgo-me miserável! De amor, simplicidade e caridade. Sou um ser humano em contínua construção!
Vejo-me como um símplice pecador em busca de algo que satisfaça meu viver,
Meu sentido, meu rumo e minha maneira de ser.
Posso não ser o melhor ser humano desta Terra... Ah, que pretensão! Por certo, não sou e jamais serei!
Se alguém nesta vida insiste em ser o melhor, pobre alma, dos males lhe restará o pior.
No ressoar das cordas de um violão, nas teclas alvinegras do piano, posso ouvir na doce melodia de uma canção, o Seu lindo e sublime amor!
Na música, na Terra e em tudo o que há, o Seu amor, ali também está!
O sentido que eu tanto ansiava, meu coração a palpitar encontrou,
Minha vida, meu ser, o meu serviço e viver, estou a Lhe entregar para os frutos produzir, tão puros e verdadeiros como as águas de um rio a fluir.
Como posso julgar-me superior à algo ou alguém? Nem na Terra, muito menos no além!
Dos seres humanos sou o menor, tão pequeno, tão minúsculo, sou como um cisco de pó.
Mesmo eu sendo um mísero ser humano, minha esperança está Naquele que tremendo É, maior que a Terra, o Sol e as estrelas,
Maior que o universo... Ele é o Infinito, o que não se pode medir...
Ah, quão pequeno sou, na imensidão do Seu amor!